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Quem deve ganhar os prêmios individuais da NBA?

20 de Julho

Segundo Shams Charania (The Athletic), a NBA optou por manter a disputa por prêmios individuais na temporada 2019-20 restrita aos jogos disputados até a interrupção dos jogos em 11 de março.

Como nem todos os times retornarão para a continuidade da disputa em Orlando, foi a maneira que a liga encontrou para que todos os atletas tivessem igualdade de condições nessa disputa. Sendo assim, trazemos nossa análise sobre quem são os favoritos a cada prêmio.

Most Valuable Player – MVP

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O mais importante dos troféus individuais da NBA teve uma disputa animada neste ano. Apesar de Giannis Antetokounmpo ter estado sempre na liderança, não faltaram candidatos a desbancar o grego em sua busca pelo segundo prêmio consecutivo.

No começo da temporada, Luka Doncic e James Harden pareciam dispostos a ameaçar a coroa de Giannis. Doncic iniciou a campanha com médias na casa de 30 pontos, 10 rebotes e 10 assistências, mas desacelerou após lesão no tornozelo em dezembro. No período em que ele abalou a liga, entretanto, seu Dallas Mavericks chegou a figurar entre as equipes com mando de quadra no Oeste.

Já Harden começou a temporada pegando fogo, enquanto Russell Westbrook ainda se adaptava ao sistema do Rockets. O Barba fez mais de 38 pontos por jogo até dezembro, antes de ceder mais espaço a Westbrook e diminuir seu volume de jogo.

Na reta final da temporada, com Giannis ainda soberano, surgiu LeBron James. O astro do Lakers liderou o time em suas melhores performances coletivas justamente contra o Milwaukee Bucks de Antetokounmpo e o favorito ao título Los Angeles Clippers antes da temporada parar. Com LeBron liderando a liga em assistências pela primeira vez na carreira, a dúvida que tomou conta da NBA naquela semana era se ele conseguiria fazer frente ao favoritismo de Giannis até o final da temporada.

Mas aí veio a pandemia e a temporada foi suspensa, com o astro do Bucks praticamente confirmando seu segundo MVP seguido. São 29,6 pontos, 13,7 rebotes, 1 toco e 1 roubo de bola em apenas 30,9 minutos por partida. Além disso, o grego dá um show nas estatísticas avançadas e lidera a liga em PER (Player Efficiency Rating) e BPM (Box Plus/Minus), além de ocupar a segunda colocação em Win Shares e VORP (Value Over Replacement), atrás de Harden em ambos os casos. Além disso, o Bucks tem a melhor campanha da liga, com 53 vitórias e 12 derrotas antes da parada.

Provável vencedor: Giannis Atentokounmpo.

Defensive Player of the Year – DPOY

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Normalmente pouco disputado, devido a hegemonia de um ou dois nomes, o prêmio de melhor defensor do ano se tornou um dos maiores embates na temporada 2019-20.

Pelo menos quatro jogadores ostentam retrospecto bastante convincente para reivindicar o prêmio: Anthony Davis, Ben Simmons, Rudy Gobert e Giannis Antetokounmpo.

Começando por Simmons, ele é um bom defensor desde sua estreia na NBA, mas nesta temporada se tornou um dos principais nomes neste lado da quadra. Ele lidera a liga em roubos de bola (115/2,1 por jogo), e está perto do topo em números como desvios de bola (216 – segundo lugar). Além disso, seu retrospecto em duelos individuais contra os melhores atletas da liga é excelente, tendo imposto baixo aproveitamento nos arremessos a astros como LeBron James (22%), Russell Westbrook (29%), Jayson Tatum (31%) e James Harden (33%) em duelos individuais.

O que joga contra Simmons é o fato de sua reputação ainda não ser tão forte ao redor da liga, já que este é um aspecto muito forte em premiações de defesa. Além disso, ele sofreu uma lesão nas costas na reta final da temporada que lhe tirou de partidas importantes. Por fim, seu Philadelphia 76ers é apenas a sexta melhor defesa da liga, e normalmente os vencedores deste prêmio estão mais perto do topo.

Este também deve ser o fator que exclui Rudy Gobert da disputa. Ainda sem se adaptar com a perda de excelentes defensores como Derrick Favors e Ricky Rubio, o Utah Jazz patina e é apenas a décima-primeira defesa da liga.

Com isso, sobram Anthony Davis e Giannis Antetokounmpo. Davis lidera a defesa de interior do Lakers, que é a terceira melhor da liga. Ele também é o jogador que mais produz tocos e roubos de bola somados na atual temporada, com 3,9 (1,5 roubos + 2,4 tocos).

AD teve algumas performances defensivas de bastante destaque, especialmente em confrontos diretos contra rivais do Oeste, tendo inclusive feito a diferença no lado defensivo da quadra nos instantes finais de jogos. Davis mostrou, entretanto, algumas oscilações de performance ao longo da campanha, em parte por pequenas lesões, mas também pelas limitações do elenco de apoio do Lakers.

E é justamente na regularidade que a candidatura de Antetokounmpo se fortalece. O Bucks lidera a liga no ranking defensivo, com Giannis tendo o melhor defensive rating de toda a NBA. Ele também lidera as estatísticas de Win Shares defensivas, com 4,8, e tem um defensive plus-minus de 4,1, mais uma vez liderando a NBA.

Win Shares de defesa é uma estatística que mede, em média, quantos jogos a mais o time venceu graças à performance defensiva daquele jogador. Davis, para comparação, tem 4,1 e fica atrás apenas do grego.

Com isso, a incrível temporada defensiva de Anthony Davis consegue ser superada apenas por Antetokounmpo, que pode ser o segundo jogador a vencer MVP e DPOY na mesma temporada, com o primeiro tendo sido Hakeem Olajuwon em 1994.

Nascido na Grécia, Antetokounmpo é filho de imigrantes nigerianos, mesmo país de Olajuwon. Talvez eles estejam ligados pelo destino, afinal.

Provável vencedor: Giannis Antetokounmpo.

Rookie of the Year – ROY

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A eleição de calouro do ano vai acabar sendo tranquila, mas isso não quer dizer que a classe de novatos não é boa. Pelo contrário, é muito melhor do que se esperava no Draft, com excelentes nomes surgindo e contribuindo já no primeiro ano. No topo, a expectativa de uma corrida entre Ja Morant e Zion Williamson foi frustrada pela lesão de Zion, que lhe tirou de 45 dos 64 jogos do New Orleans Pelicans na temporada.

Nas 19 partidas em que participou, Zion mostrou porque é uma força dentro de quadra, e que vai ser um astro da NBA por muitos anos. A amostra, infelizmente, foi pouca. Em 2017, Joel Embiid perdeu o prêmio para Malcolm Brogdon por ter feito apenas 31 partidas, mesmo com desempenho espetacular.

Neste ano, Zion tem um rival muito melhor do que Embiid tinha em Brogdon. Ja Morant chegou em Memphis causando impacto imediato, e não deu nem tempo para o torcedor do Grizzlies sentir saudades de Mike Conley. No momento em que a temporada foi interrompida, o time ocupava a oitava colocação nos Playoffs do Oeste, liderado pelos 17,6 pontos e 6,9 assistências de Morant, que também teve excelentes performances nos momentos decisivos das partidas.

Provável vencedor: Ja Morant.

Sixth Man of The Year

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Lou Williams é o atual bicampeão do prêmio de melhor reserva da temporada, e vem forte para a disputa deste ano. Tradicionalmente, este troféu é disputado entre os maiores pontuadores que vêm do banco de reservas, e Williams é o segundo colocado nesta corrida, com 18,7 pontos por partida.

Em primeiro lugar, o armador Dennis Schroder, do Oklahoma City Thunder, registra 19 pontos de média. Logo atrás de Williams, na terceira colocação, está seu companheiro de time Montrezl Harrell, com 18,6 pontos por patida.

Williams também lidera os reservas em assistências, registrando 5,7 por jogo, contra 4 de Schroder. Harrell, que joga no garrafão, é o quinto melhor reboteiro vindo do banco, com 7 rebotes de média.

Esta talvez seja a disputa mais acirrada dos prêmios individuais nesta temporada, e é verdade que os três candidatos são merecedores do troféu. Como apenas um pode ganhar, vamos com Harrell, que está na frente de seus concorrentes nas estatísticas avançadas, com 23,1 de PER e 7,0 WS contra 16,8/3,5 de Schroder e 17,2/3,9 de Williams.

Provável vencedor: Montrezl Harrell.

Coach of the Year – COY

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O prêmio de melhor treinador do ano também viu uma boa disputa neste ano, mas um técnico se destacou entre os demais. 

Mike Budenholzer, atual detentor do título, teria um belo argumento por ter melhorado ainda mais a campanha do Milwaukee Bucks em relação ao ano passado. Frank Vogel também poderia se candidatar, já que assumiu um elenco completamente reformulado do Los Angeles Lakers e levou um time que não se classificou para os Playoffs no ano passado para o topo do Oeste sem precisar de muita adaptação.

Billy Donovan e Eirk Spoelstra também poderiam ser considerados, pelas campanhas acima das expectativas que fazem com OKC Thunder e Miami Heat. Apesar disso, ninguém superou tanto as expectativas e mostrou tanto repertório como Nick Nurse.

Na NBA há apenas uma temporada, Nurse já tinha se mostrado um excelente técnico no ano passado, quando liderou o Toronto Raptors ao inédito título da NBA. Para 2019-20, a expectativa era de uma campanha mais modesta, já que o time havia perdido Kawhi Leonard, um dos melhores jogadores desta geração, além de Danny Green, peça importante do time titular.

O Raptors não se abateu, e mesmo com diversas lesões de seus principais jogadores no decorrer da temporada, seguiu vencendo e ocupava a incrível segunda colocação do Leste quando o campeonato parou.

Nurse faz com que todos os jogadores que entram em quadra rendam, e mesmo atletas de final de rotação estão vivendo o melhor momento de suas carreiras. Com um jogo coletivo e uma defesa aguerrida, Nurse tem o controle do vestiário do Raptors, e graças a ele o time se coloca como candidato às Finais de Conferência numa temporada em que muitos esperavam que a briga fosse para se classificar para os Playoffs.

Provável vencedor: Nick Nurse.

Most Improved Player – MIP

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Este é um prêmio que costuma dividir opiniões, então precisamos adotar um critério claro. Não podem ser considerados jogadores que mais evoluíram aqueles que estão em seus primeiros anos de NBA e cuja evolução para o estrelato já era esperada. Neste sentido, nomes como Luka Doncic e Brandon Ingram ficam excluídos desta disputa, já que as projeções para eles quando entraram na NBA já eram para que se tornassem All-Stars.

Também não vamos considerar jogadores de segundo ano, pois a evolução no caso deles é mais do que esperada. Neste contexto, Devonte’ Graham também fica fora.

Sendo assim, o candidato mais forte acaba sendo Bam Adebayo. Em seu quarto ano na liga, poucas pessoas esperariam que o pivô do Miami Heat se tornasse All-Star. Mais do que isso, é a principal peça do esquema defensivo do técnico Erik Spoelstra, podendo marcar literalmente todas as posições em quadra. Ele também tem uma função outrora inexplorada na formulação de jogadas ofensivas, o que tem gerado comparações com Draymond Green, um dos atletas mais diferenciados da década.

A evolução de Adebayo é o principal motivo pelo qual o Heat tinha mando de quadra no Leste quando a temporada parou, em um ano em que a maioria das projeções colocava o time nas últimas colocações da conferência. Olhando para a lógica mais tradicional deste prêmio, Adebayo é, de longe, o candidato mais forte.

Provável vencedor: Bam Adebayo.

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