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Damian Lillard: o superstar mais subestimado da NBA?

06 de Março

Que Damian Lillard é um dos pontuadores perigosos da NBA, todos sabem. Que ele decide jogos no último período, também. Mas quão subestimado ele é nos rankings dos melhores atletas da liga? Analisando tudo que ele representa para o Portland Trail Blazers e seus companheiros de time, dá pra dizer que ele é muito subestimado.

Numa NBA onde os melhores jogadores de cada time são cada vez mais criticados por posturas públicas que inspiram pouca ou nenhuma liderança, fazendo comentários negativos sobre seus companheiros de time ou então pedidos públicos de troca que bagunçam a vida de todos os envolvidos, Lillard parece fazer esforço para ser o contrário disso, e merece aplausos.

Ele já reforçou seu compromisso com o Blazers diversas vezes, quando rumores sobre sua vontade de sair do time começaram a surgir. Numa liga que, corretamente, cada vez mais abraça a liberdade de jogadores em decidir seu futuro, Lillard é cirúrgico em seu comentário:

“Quando minha carreira terminar, eu saberei quais relações terei mantido. Saberei que as pessoas sabiam que eu era verdadeiro com elas independente se eu estava no controle da situação. Eu saberei que fiz tudo da maneira certa, e levei em consideração a situação das pessoas e suas famílias antes de tomar a decisão que seria mais conveniente para mim.” – Damian Lillard.

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O astro do Blazers traz para o centro do debate o importante fato de que, se por um lado um jogador que pede uma troca deve ter liberdade para fazê-lo, ele também acaba atraindo para si a responsabilidade do que acontece com outros atletas que farão parte daquela troca e não necessariamente gostariam de ser trocados. Este é apenas mais um dos traços que fazem dele um grande líder.

O investimento dele com o Blazers deu certo e, mesmo com uma situação difícil de mercado e folha salarial, o time vai melhorando ano a ano, e mais uma vez nesta temporada disputa mando de quadra nos Playoffs, um feito e tanto no concorrido Oeste. Numa liga de panelas e super times, Lillard e o Blazers tomam outro caminho. O núcleo do time já se mantém junto a algum tempo e vai, de pouco em pouco, agregando mais peças. Pode ser que o elenco não chegue a disputar um campeonato, mas o astro com certeza vai marcando época numa franquia de bastante história. Mais do que seus feitos em quadra, seu compromisso em todos os níveis afeta muito o dia a dia de seus companheiros de time, como apontado pelo pivô Jusuf Nurkic:

“É difícil explicar o que ele significa pra nós no dia a dia. Mas eu acho que o mais importante para mim, e para qualquer um no time, é que ele é uma pessoa consistente todos os dias. Ele nunca muda. O que quer que aconteça, ele é o mesmo. Não tem falsidade, não tem mentira. O que quer que ele diga, ele cumpre. Isso é o que você gostaria de ter vindo de qualquer um, mas especialmente do melhor jogador do seu time.” – Jusuf Nurkic.

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Dame adota este papel e chama para si este desafio. Ele se sente genuinamente em posição e no dever de garantir que todos os seus companheiros estejam confortáveis para render o máximo possível. Numa liga onde vários jogadores de ponta procuram, de várias formas, fugir da responsabilidade de liderar, ou então pular para a próxima situação mais vantajosa, por que este traço não é mais celebrado?

“Não vejo como trabalho me importar com as pessoas em torno de mim. Não vou me sentir bem com meu sucesso se não estiverem todos felizes.” Damian Lillard.

O que faz Dame único, portanto, não é sua capacidade de pontuar, de fazer grandes passes ou de decidir jogos com bolas no estouro do cronometro. O que o distingue é o fato de fazer tudo isso e ainda ser um dos maiores líderes da NBA, o ponto de conjunção de um vestiário e de toda uma franquia. E mais que isso, a disposição em não apenas não fugir desse papel, mas também chama-lo para si e o desempenhar com maestria.

Talvez por não fazer parte de um super time ou não jogar num mercado maior, Lillard não receba a atenção devida. E também talvez numa liga cada vez mais orientada por estatísticas e números avançados, estes traços recebam menos peso na análise, mas não quer dizer que perderam a importância. Pelo contrário, com times cada vez mais dinâmicos e mutáveis, liderança constante e não vacilante passou a ser um ativo de luxo, do qual Damian Lillard é um dos maiores proprietários.

Mais do que um líder, Lillard é um modelo. Um exemplo do que um jogador pode alcançar se ele decide abraçar a situação e a oportunidade que tem, afim de maximizar seu crescimento e desenvolvimento não apenas de quadra, mas também como pessoa que contribui para transformar sua realidade e o ambiente em que está inserido.

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