Espalhe por Whatsapp

DeMarcus Cousins chegou ao Pelicans. E agora?

10 de Março

A troca que enviou DeMarcus Cousins para jogar com Anthony Davis no New Orleans Pelicans sacudiu o mundo da NBA. Até então garantido como intocável pelo Sacramento Kings, em uma movimentação surpreendente, ainda mais se levarmos em consideração as condições do negócio, Cousins teve sua trajetória com o Kings interrompida durante o final de semana das estrelas, justamente em New Orleans.

Sempre houveram rumores de que DeMarcus poderia sair de Sacramento, mas após o gerente geral Vlade Divac garantir que isso não aconteceria de forma veemente, tudo mudou. O que será que se passa na cabeça de Cousins após isso?

P: Após a troca, você foi filmado quando demonstrava estar emocionado ao encontrar com amigos em um restaurante. O que causou estas emoções?

R: Eu estava por causa do meu gerente de equipamentos (assistente do Kings, Miguel Lopez), que está por lá desde minha temporada de novato. Ele ficou emocionado imediatamente. Ele me colocou naquela situação. Não chorava há um bom tempo. Isso me abalou. Caí na real tipo ‘Isso está realmente acontecendo’. Foi algo que nunca esperei que acontecesse. Me disseram que (a troca) não aconteceria...”

Me pegou de jeito. Eu caminhava e as pessoas começaram a aplaudir. Algo me dominou e eu desabei.

P: Quando no Kings te disseram que você não seria trocado?

R: Uma semana antes da troca. A parte chata disso é que Vlade veio à minha casa com meu agente (Jarinn Akana). Sentamos na sala e conversamos. Isso foi há umas três semanas. Sentamos e ele me contou que negócios gostaria de fazer. Tudo assim. Eu não entendi.

Recebi uma mensagem do dono (do Kings) pouco antes de eu ir para o All-Star. Ele estava me perguntando sobre um jogador, o que eu pensava dele para fazer negócio. O dono! Quando a troca aconteceu, eu fiquei surpreso. Não entendi.

P: Quando você teve os primeiros indícios de ser trocado para o New Orleans?

R: Ouvi os rumores antes do jogo. Mas tenho ouvido rumores nos últimos quatro anos sobre eu ser trocado. Foi tipo ‘tanto faz’. Quando fui falar com a mídia depois do jogo, Chris Clark disse, ‘Tem uma conversa séria sobre você ser trocado’.

Image title

P: Qual teria sido a maneira correta do Kings de te falar sobre a troca?

R: Como homens. Como profissionais. Quanto mais estes caras falam, mais coisas aparecem. É uma loucura. Isso não é algo que acontece em poucos dias. Foi discutido com mais de um time. Eu simplesmente não entendo.

P: Olhando para trás, você acha que se tivesse feito algo diferente, não teria sido trocado?

R: Não. Não. Ainda não sei a razão... Não sei. Eu não sei.

P: Com todas as mudanças, de treinador, diretoria e comando da franquia em Sacramento durante os seis anos e meio sem aparições nos Playoff’s, por qual motivo você queria tanto ter ficado por lá?

R: É algo dentro de mim. Vem dos tempos de AAU. Meu primeiro treinador, Danny (Pritchett), eu amo ele até hoje. Ele foi o primeiro treinador que me incentivou a jogar basquete. Ninguém me queria. Ninguém se importava em me colocar em um time. Danny trabalhou comigo dia e noite. No meu primeiro ano no colegial me tornei um belo jogador de basquete. Não tínhamos muitos recursos no time da AAU. Vendíamos donuts e lavávamos carros para ganhar dinheiro para entrar no torneio.

Todos os grandes da AAU, Alabama Challenge, começaram a me mandar presentes e o que pudessem fazer para tentar me convencer. Minha mãe dizia “estas pessoas não se importaram com você, e do nada estão tentando te convencer. Não é assim que se faz. Você fica com quem se importou com você desde o começo”. Mesmo assim, não foi fácil. Não consegui exposição porquê não estava num grande time com Nike ou Adidas. Mas permaneci fiel, e as coisas gradualmente foram acontecendo a meu favor.

Na faculdade foi a mesma coisa. Talvez quando eu estava na faculdade (em Kentucky), no melhor cenário, foi quando consegui notoriedade. Mas, para mim, tudo sempre foi mais difícil. Nada veio fácil para mim. Estou acostumado com isso. Não importa como, sempre encontrei uma forma de ter sucesso. E quando eu estava naquela situação com o Kings, sentia que era a mesma coisa. Minha hora vai chegar quando for para chegar. Estes eram os caras que apostaram em mim. Vou ficar aqui. Fazer dar certo. Mas não foi o caso.

P: Você não apenas jogou pelo Kings, mas era muito integrado à comunidade. Você vai amar para sempre a cidade de Sacramento?

R: É mais do que basquete. É mais do que a organização do Kings. É maior que isso. Os relacionamentos que construí lá, foi o que mais me magoou (com a troca). Ficar longe destes relacionamentos e da comunidade. Me sinto mais magoado por isso, pela desonestidade e toda esta palhaçada na organização.

Image title

P: Tem alguma parte de você que gostaria de conversar com Ranadive (dono) ou Divac (gerente geral)?

R: Não. Para que? Foi uma coisa covarde, então estou certo que teria respostas covardes. Para que? Já vi isso acontecer antes. Já passei por isso... Eu estava lá com o treinador Mike Malone sendo despedido. Já conheço como eles operam. Sei o que tipo de resposta que eu receberia. Então, qual o objetivo?

P: Você está aliviado que não tem um jogo em Sacramento neste campeonato (na agenda do Pelicans)?

R: Não diria isso. Amo meu time. Amo a comissão técnica. Nós realmente nos unimos. Tudo isso desabar, foi uma droga. Eu realmente achava que iríamos para os Playoff’s. Eles tinham outros planos.

P: Como você quer ser lembrado pelos fãs do Kings em Sacramento?

R: É mais do que basquete. Era visível. É mais do que basquete. As pessoas são trocadas à todo momento.

P: Como foi o sentimento na hora de decidir aonde levar seu jato particular no aeroporto de New Orleans após o All-Star Game e a troca?

R: Eu tinha minha família toda na van. Eu fiquei quieto. Estávamos surpresos. Eu tinha a programação de ir para Sacramento. Não fez o menor sentido (ir para outro lugar), porque eu tinha que pegar minhas roupas, algumas coisas e voltar para cá.

P: Vai ser difícil para você confiar em um dono de franquia ou um gerente geral outra vez?

R: Sempre tive este problema. Tive conversas pessoais com meu agente sobre isso e toda a situação. Ele tentou me guiar na direção deles. E eu pensei ‘Nada, posso ver toda esta palhaçada’, sempre tive minhas dúvidas. Quando é assim, sempre estou 90%. Eu sabia. Mas me falaram que não iriam me trocar.

P: Você acha que agora a poeira baixou algum tempo após a troca?

R: É bom voltar apenas ao basquete. A ansiedade e o barulho externo não vão parar. Mas é bom poder focar no basquete.

P: Você alertou na sua chegada que vai levar um tempo para o Pelicans se acertar após a troca. O que você pensou sobre a derrota com larga vantagem para o Houston?

R: Por alguma razão, as pessoas esperavam o título. Sei qual é a realidade. Tivemos um treino. Isso não é algo que vai acontecer do dia para a noite. Parecemos bons no papel? Sim. Mas sermos bons no papel não nos dão vitórias.

Image title

P: Como foi a recepção de Anthony Davis e do Pelicans com você?

R: Tem sido fantástica. Ótima. Todos têm sido muito bons. Eu procurei um apartamento, então tive que sair andando pela cidade. As pessoas. É uma loucura. É tão tranquilo aqui, porque é literalmente como minha casa. Estou acostumado com as pessoas. É algo normal para mim. Foi bom.

P: Então você vai dar uma chance real ao Pelicans para ficar contigo por bastante tempo?

R: Sim. Disse na coletiva ‘estou dentro’. Não estou aqui para sacanear ou perder tempo. Estou aqui para vencer. Qualquer que seja o sistema (de jogo), estou sintonizado. Estou dentro. Não vou perder tempo aqui. Não vou.

Fique por dentro

A triste declaração de Rick Rubio anunciando sua aposentadoria da NBA

Basta! A NBA não pode tolerar mais atitudes como essa de Draymond Green

LeBron James compara Austin Reaves a Michael Jordan após título da Copa da NBA

Acompanhe o Hoop78

No Instagram

No Spotify

Curta o som Hoop78!