Embora os Celtics tenham conquistado o campeonato de forma dominante em junho, eles não relaxaram durante os jogos de exibição. Boston teve um recorde de 4-1 nos cinco jogos e conseguiu quatro vitórias consecutivas antes de perder por 119-118 para o Toronto Raptors no Canadá.
As estrelas dos Celtics, Jayson Tatum e Jaylen Brown, descansaram em apenas um jogo, com uma média de mais de 22 minutos por jogo nas quatro partidas em que participaram. Como era de se esperar, ambos lideraram o time em pontuação, com Tatum com uma média de 17,3 pontos por jogo e Brown logo atrás com 16,5 pontos por jogo.
Embora esses jogos da pré-temporada não sejam lembrados daqui a algumas semanas, eles ajudam a criar bons hábitos e preparam as equipes para a longa temporada pela frente. Mesmo para os altos padrões dos Celtics, eles tiveram uma pré-temporada bem-sucedida, então vamos nos aprofundar em quatro lições tiradas de seus cinco jogos antes da tão aguardada temporada 2024-25 da NBA.
O arremesso de 3 pontos de Jayson Tatum pareceu melhorar
Falando de basquete, Tatum teve um dos melhores verões de todos os tempos. Ele conquistou seu primeiro campeonato da NBA, assinou uma extensão de contrato recorde e ganhou sua segunda medalha de ouro olímpica.
Apesar de todas essas conquistas, houve muitas críticas em relação ao seu arremesso, especificamente de longa distância. Nos playoffs de 2024, Tatum teve um aproveitamento ruim de 28,3% em bolas de três pontos. No entanto, isso não o impediu de liderar o time em pontos, rebotes e assistências a caminho do título.
Nos Jogos Olímpicos de Paris de 2024, seus problemas com o arremesso continuaram. Ele errou todas as suas quatro tentativas de longa distância e teve um aproveitamento de apenas 38,1% no geral.
Durante a pré-temporada, o arremesso do cinco vezes All-Star parecia mais natural. Tatum converteu cerca de 39% de suas tentativas de 3 pontos e acertou um pouco mais de 41% no geral. Seu arremesso de longa distância provavelmente será um grande ponto de discussão ao longo da temporada, já que o Boston está ansioso para arremessar muitas bolas de três.
No primeiro confronto de pré-temporada dos Celtics com o Denver Nuggets, eles tentaram 61 arremessos de fora do perímetro, convertendo 20 deles. Para contextualizar, o Boston nunca tentou 60 arremessos de três em um único jogo, seja na temporada regular ou nos playoffs.
Os Celtics não ultrapassaram esse número nos demais jogos de exibição, mas ainda assim tiveram uma média de mais de 50 tentativas de 3 pontos nos outros jogos. No geral, eles acertaram cerca de 37% (97-263) de suas bolas de três nesta pré-temporada.
Se Tatum mantiver uma taxa de conversão de 3 pontos em torno de 40% (algo que ele conseguiu na temporada 2019-2020), será extremamente difícil para as defesas adversárias pará-lo. O campeão da NBA de 2024 já consegue chegar ao aro com relativa facilidade, e acertar bolas de três regularmente abriria ainda mais espaço para o poderoso ataque dos Celtics.
Payton Pritchard está pronto para o próximo nível
O armador dos Celtics, Payton Pritchard, está longe de ser o melhor jogador do time, mas ele personifica a profundidade e o comprometimento da equipe em fazer o que for preciso para vencer.
O nativo de Oregon se destacou nesta pré-temporada, com uma média de 16 pontos em 22 minutos por jogo, enquanto acertava excelentes 48,8% de longa distância e 48,2% no geral. Em grande parte dos times da NBA, esses números lhe garantiriam uma vaga no time titular. No entanto, os Celtics possuem tanto talento que precisam deixar o ex-escolha de primeira rodada no banco.
Isso já incomodou Pritchard, que pediu para ser trocado em 2023. Agora, ele está disposto a aceitar o banco quando necessário e brilhar sempre que entrar em quadra.
“Nós temos uma equipe tremenda que pode ganhar outro campeonato, e no final do dia, eu sou um vencedor, e quero fazer o que for necessário para ajudar o time a vencer”, disse Pritchard sobre o banco dos Celtics após uma vitória na pré-temporada contra o Raptors na noite de domingo. “Então, não vou ficar aqui dizendo: ‘Oh, eu mereço mais.’ Nós acabamos de ganhar um campeonato. Vou fazer meu papel da melhor forma possível. E, como disse, se houver uma lesão ou algo assim, quero estar pronto para assumir esses momentos e ajudar o time a vencer mais um.”
Essa mentalidade é exatamente o que os Celtics precisam de seus reservas. Titular no lugar de Tatum, Brown e as outras estrelas dos Celtics não é provável para a maioria dos jogadores do banco, o que significa que os suplentes precisam estar prontos para aceitar seu papel limitado e entrar em ação sempre que chamados.
Foi dessa mentalidade que surgiu o “Stay Ready Crew” na temporada passada. Pritchard é mais do que digno de liderar esse grupo e receber um ligeiro aumento de minutos.
Os reservas de Kristaps Porzingis se saíram bem
Diferente dos últimos anos, os Celtics estão entrando na nova temporada com poucas dúvidas. A única preocupação significativa que eles têm no momento envolve o pivô titular Kristaps Porzingis, que pode ficar de fora pelo restante de 2024 devido a uma rara lesão no tornozelo.
Esta não é uma questão nova, já que Boston ficou sem Porzingis por uma boa parte dos playoffs. Enquanto ele se recupera, os Celtics precisarão que seus outros jogadores altos preencham essa lacuna e se preparem para a possibilidade de Porzingis sofrer outra lesão em momento inoportuno.
Na pré-temporada, o pivô Luke Kornet esteve à altura da tarefa. Ele entrou no quinteto titular em três de suas quatro partidas e teve uma média de nove pontos e 6,5 rebotes (a maior marca da equipe na pré-temporada) em 18,6 minutos por jogo. O jogador formado em Vanderbilt deve voltar ao banco na temporada regular, atrás do veterano Al Horford, mas ele pareceu confortável com o tempo de jogo aumentado.
Boston também conta com o pivô Xavier Tillman Sr., que está atualmente desenvolvendo seu arremesso de 3 pontos. Embora o ex-ala-pivô do Memphis Grizzlies tenha convertido menos de 27% de seus arremessos de longa distância na carreira, ele acertou 54,5% (6/11) de suas tentativas nesta pré-temporada. A confiabilidade de Tillman na defesa nunca foi questionada, então adicionar um arremesso de fora ao seu jogo o tornaria um reserva verdadeiramente formidável.
O pivô português Neemias Queta não foi tão bom quanto Kornet e Tillman, com uma média de 5,8 pontos e 5,8 rebotes em 14,8 minutos por partida. No entanto, ele tem a menor experiência entre os pivôs de Boston. O jogador de 2,13 metros assinou um contrato de longo prazo com os Celtics neste verão e terá muito mais tempo para crescer e aprender com os pivôs à sua frente.
Apesar desses bons sinais, a pré-temporada não prova que os reservas dos Celtics podem compensar completamente a ausência de Porzingis. No entanto, mostra que os pivôs restantes podem, no mínimo, ser úteis enquanto ele se recupera.
Lonnie Walker IV colocou pressão sobre a diretoria dos Celtics
Além de renovar com seus principais talentos, a contratação do armador Lonnie Walker IV foi o maior movimento dos Celtics na offseason.
No entanto, isso não garante sua vaga no elenco, já que ele possui apenas um contrato Exhibit 10. Como os Celtics podem ultrapassar o segundo patamar salarial nos próximos anos, eles enfrentarão severas restrições financeiras impostas pelo novo acordo coletivo. Uma dessas limitações inclui um multiplicador de imposto que, essencialmente, aumentaria o custo de manter Walker para quase 11 milhões de dólares.
Escolha de primeira rodada em 2018, Walker é um dos melhores pontuadores vindo do banco na liga, e sua presença só aumentaria a profundidade do elenco de Boston. Ele tentou convencer os Celtics de seu valor, com médias de 7,3 pontos e 2,5 assistências em 16,4 minutos por jogo nesta pré-temporada. No domingo, contra os Raptors, ele marcou 20 pontos em 30 minutos, com aproveitamento de pouco mais de 53%.
Dadas as limitações financeiras, Walker ainda pode acabar ficando de fora. Sua passagem atual pelos Celtics ao menos deu à diretoria muito o que considerar antes da abertura da temporada em 22 de outubro.
