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Como funciona a expansão na NBA?

17 de Dezembro

O processo de expansão, pelo qual uma nova franquia é criada, é um dos mais enigmáticos da NBA. O motivo é simples: é um evento muito raro.

No entanto, a liga possui regras e tradições bem definidas para este tipo de situação. Como a NBA possui regras diferenciadas para contratações, teto salarial e seleção de calouros, o processo é um pouco diferente de uma liga esportiva comum.

Pedido formal de um grupo interessado

O primeiro passo é um grupo interesado fazer um pedido formal à liga. Atualmente, várias cidades estão trabalhando para ter arenas e situações econômicas viáveis para a inserção de uma franquia da NBA. Louisville, Seattle, Kansas City, Virginia Beach, Anaheim, Cidade do México, Las Vegas e San Jose são as cidades mais mencionadas toda vez que rumroes de expansão da NBA surgem.

As cifras entram em cena

Depois que o projeto é aprovado, a nova franquia precisa pagar uma taxa de expansão, que é dividida entre as outras franquias já existentes. Quando o Charlotte Bobcats entrou na NBA, em 2004, precisou desembolsar US$ 300 milhões. Nos atuais parâmetros financeiros da liga, especula-se que a taxa de entrada para uma nova franquia ficaria entre US$ 750 milhões e US$ 1 bilhão. Uma pedida extremamente alta. Esta taxa não é considerada uma receita relacionada ao basquete, e por isso não é dividida com os jogadores, por força do atual acordo coletivo de trabalho entre a liga e seus atletas.

Esta taxa existe para compensar as outras franquias pela perda de receita que significa uma franquia a mais dividindo os lucros da liga, mas que na sequência é compensada por mais um mercado sendo explorado pela NBA, em termos de marketing, venda de produtos e promoção de marca, além é claro de audiência de TV.

Definição do elenco

Superadas as outras questões burocráticas, a pergunta mais importante para os fãs é como a nova franquia vai criar seu elenco. Devido ao sistema de teto salarial e recrutamento de calouros existente, não seria viável a franquia simplesmente entrar no mercado com uma folha salarial limpa, operando para contratar um elenco inteiro.

Para isso, a NBA tem um sistema de Draft de expansão. Este evento, que acontece antes do Draft de calouros, possui uma sistemática bastante diferente. O time em expansão pode selecionar para si jogadores que estejam no elenco das outras franquias ao redor da liga. Cada time pode proteger até oito atletas, que a franquia em expansão não pode selecionar, e também há o limite de um jogador por equipe. A seleção engloba apenas jogadores com contrato vigente e agentes livres restritos.

Controle financeiro por parte da NBA

No caso do Bobcats, a franquia teve um limite de 66% do teto salarial na primeira temporada e 75% na segunda, para evitar que, com uma folha muito limpa, a franquia desregule o mercado de agentes livres com propostas fora da curva.

O time em expansão pode, neste Draft, fazer trocas imediatas com os jogadores que adquire, inclusive por escolhas no Draft de calouros. O Bobcats fez exatamente isso em 2004, e numa troca adquiriu a segunda escolha do Draft daquele ano, que veio a ser o pivô Emeka Okafor. Na ocasião, o Bobcats selecionou 19 atletas, e após algumas trocas, terminou com um elenco de 14 jogadores.

O Draft de expansão já ocorreu 11 vezes desde 1961:

2004 - Charlotte Bobcats

1995 - Toronto Raptors e Vancouver Grizzlies

1989 - Minnesota Timberwolves e Orlando Magic

1988 - Charlotte Hornets e Miami Heat

1980 - Dallas Mavericks

1974 - New Orleans Jazz

1970 - Buffalo Braves, Cleveland Cavaliers e Portland Trail Blazers

1968 - Milwaukee Bucks e Phoenix Suns

1967 - San Diego Rockets e Seattle SuperSonics

1966 - Chicago Bulls

1961 - Chicago Packers

Destes times, o Chicago Packers é o atual Washington Wizards (anteriormente Chicago Zephyrs, Baltimore Bullets, Capital Bullets e Washington Bullets). O Rockets se mudou de San Diego para Houston. O SuperSonics é o atual Oklahoma City Thunder. O Buffalo Braves se tornou o Los Angeles Clippers (antes San Diego Clippers). O Jazz se mudou para Utah, enquanto que o Grizzlies se mudou para Memphis. O Charlotte Hornets original, de 1988, é o atual New Orleans Pelicans. O Charlotte Bobcats, de 2004, assumiu o nome Hornets após a franquia de New Orleans adotar a alcunha de Pelicans.

A liga tem, ao longo de sua história, buscado sempre crescer e conquistar novos mercados. Depois de mais de uma década de sua última expansão, com um mercado cada vez mais global e conectado, não é de se duvidar que surjam novos times de expansão para as próximas temporada, num processo que é sempre bastante curioso e animado.

Leia também: Você precisa ser estupidamente rico para ter um time na NBA

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