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Len Bias: o cara que podia ameaçar o trono de Michael Jordan

24 de Abril

Em 2016, foram completados 30 anos da morte de um dos jogadores mais promissores da história da NBA. Vamos voltar um pouco no tempo, mais precisamente em 17 de junho de 1986, para que você possa saber todo o contexto da época em que a NBA perdeu uma potencial superestrela para o mundo das drogas.

Era a noite do Draft. Provavelmente não havia nenhum outro jovem atleta mais feliz do que Len Bias. A ansiedade de um jogador antes de saber seu futuro na maior liga de basquete do mundo deve ser indescritível. Por sorte, se você for muito bom, a espera não é muito longa, e no caso de Len Bias, esta espera durou somente 10 minutos, após o início do evento.

O comissário da NBA na época, David Stern, chamou o nome de Len Bias na segunda posição por uma escolha do Boston Celtics, atual campeão da Liga. Para Bias, não estava só sendo realizado o sonho de jogar na NBA, mas também para o Boston Celtics, time que ele inclusive foi acompanhar nas Finais daquele ano.

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“É ótimo ser um Celtic”, disse Bias, do alto dos seus 2,06 metros, rodeado de câmeras. Red Auberbach, lendário treinador e na época, gerente geral do Celtics, sempre acreditou que Len seria o jogador que manteria o Boston no caminho das vitórias após a aposentadoria de Bird. “Ele estava tão feliz quanto qualquer jogador que eu já tinha contratado”, disse Auerbach.

Bias morre 40 horas depois de ser draftado por uso de cocaina

Por volta de 40 horas depois da noite do Draft, Bias, de 22 anos, falecia de problemas cardiorrespiratórios, em decorrência do uso de cocaína. Larry Bird, astro do Celtics, que inclusive declarou que teria se aposentado muito antes se Bias tivesse jogado pelo Boston, descreveu esta notícia da seguinte forma “É a coisa mais cruel que já ouvi”.

Houve muitas controvérsias na época sobre Bias ser ou não usuário constante de drogas, afinal, ele passava por testes físicos regularmente na Universidade de Maryland e também passou por testes solicitados por três times da NBA que poderiam selecioná-lo no Draft (Boston, New York e Golden State). Teria sido uma noite de comemorações excessivas que não deu certo ou uma consequência de uma situação que vinha se desenrolando?

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Durante anos, Bias conversou com seu treinador no colegial, Bob Wagner, sobre drogas. “Ele não tinha a reputação de ser um usuário de drogas”, disse Wagner. “Mas, eu conversei com ele sobre culpa por associação. Lenny tinha relacionamentos com pessoas deste tipo (usuários). Ele sempre disse ‘as pessoas sabem que não uso, então, qual o problema? ’”, revelou Wagner. Era um alerta sobre o risco de andar com usuários. “Acho que a principal lição para isso é que só precisa de uma oportunidade. Quando chega a hora do certo e do errado, não tem um pedido de tempo. Isso não é um jogo de basquete”.

Para se ter uma ideia do potencial de Len Bias, vale a pena saber sobre uma declaração que o treinador Mike Krzyzewski deu ao jornalista Bob Ryan do Boston Globe, em 2003.

Em toda minha história em Duke tiveram dois jogadores adversários que me chamaram a atenção: Michael Jordan e Len Bias. @Mike Krzyzewski

“Len foi um atleta fantástico com grande competitividade. Penso que ele teria sido um dos melhores jogadores da NBA. Ele criava coisas. As pessoas associam o termo “criador de jogadas” com armadores. Mas, eu considero um criador de jogadas alguém que pode fazer coisas que outros não podem, da forma como Jordan fazia. Bias era assim. Ele podia inventar formas de marcar pontos, e não há nada que você pudesse fazer a respeito. Não importava como você tentava defende-lo, ele conseguiria fazer uma jogada”, elogiou Krzyzewski.

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Reginald Adams, que jogou contra Bias no colegial descrevia Len da seguinte forma. “Ele pulava e seus joelhos estariam nos meus dentes, e tenho 1,88”, disse Adams, que jogou na Universidade de Drexel, em Philadelphia.

A forma como ele jogava me motivava. Eu via ele jogar e pensava que gostaria de poder fazer aquilo. Ele te intimidava com palavras, falava da sua mãe. Mas, quando você tentava fazer isso com ele, chegar nele e dizer ‘você vai errar’, ele dava risada e dizia ‘Não. Sou muito bom’ @Reginald Adams

Se temos a palavra de um adversário, que tal a de um colega de equipe? Keith Gatlin, armador titular e companheiro de Bias na Universidade de Maryland na temporada 1985’86, falou sobre as qualidades de Len e opinou a parte do jogo de Bias onde ele poderia superar Michael Jordan, afinal, a habilidade física e capacidade de voar para cesta de Len não devia nada à de MJ.

“Ele estava destinado à grandiosidade porque Lenny trabalhou duro. Ele não nasceu com aquele arremesso que o permitiu dominar os jogos. Ele moldou seu jogo de costas para a cesta baseado em Bernard King, que tinha a habilidade de, com o defensor nas suas costas, virar no post e arremessar por cima (do defensor). Com facilidade. Quando Lenny aperfeiçoou isso, todos ficaram à sua mercê”, disse Gatlin.

“Durante os anos, se ouvia muita gente dizer que aquele arremesso era o que o diferenciava de Michael Jordan, e potencialmente poderia ter tornado ele um melhor jogador que Jordan nos profissionais”, analisou Gatlin.

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Keith, hoje treinador do time colegial Wesleyan Christian Academy em High Point, North Carolina, deixa um recado para os jovens que treina e que também serve para todos. “Eu sempre divido a história de Lenny com os garotos que treino, após assistirem o documentário sobre ele, sempre tem um monte de perguntas”, disse Gatlin. “Eu digo aos meus jogadores que Bias era muito bom. E digo aos meus jogadores que o que aconteceu com ele pode acontecer com você se não tomar as decisões certas quando se trata de usar drogas”.

Que tal acompanhar um vídeo de tributo à Len Bias? Vale a pena! Tem inclusive lances de Bias contra Jordan!

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