Conseguir o melhor jogador em uma negociação geralmente é o objetivo de todos os times. Embora vencedores e perdedores dessas transações não sejam definidos de imediato, normalmente só depois de meses, ou até anos, esse é um bom ponto de partida.
No caso do New York Knicks, que, em uma grande negociação na sexta-feira à noite envolvendo três times, adquiriu Karl-Anthony Towns do Minnesota Timberwolves em troca de Julius Randle, Donte DiVincenzo e uma escolha de primeira rodada via Detroit, o melhor jogador está indo para Nova York. Mas será que isso, sem dúvida, torna o Knicks melhor?
Towns é o melhor jogador nessa troca. Isso é indiscutível. Ele é um All-Star quatro vezes e já foi eleito para o All-NBA duas vezes. Ano após ano, ele reforça sua declaração de 2021 de ser "o maior arremessador de pivô de todos os tempos."
Ofensivamente, seu conjunto de habilidades traz algo que o Knicks não tem no garrafão há muitos anos, pelo menos nesse nível. Ele vai marcar pontos sem problemas em Nova York. Towns vai ser o Towns. Além disso, com a adição de Mikal Bridges nesta offseason e OG Anunoby no início do ano, vai abrir muito espaço para Jalen Brunson, que foi um dos seis melhores candidatos ao MVP na última temporada e, como o "Benjamin Button" da NBA, continua a melhorar com o tempo.
A troca resolve o melhor problema do Knicks?
Essa troca, no entanto, não resolve os dois maiores problemas do Knicks, especialmente após a notícia de que Mitchell Robinson (tornozelo) pode ficar fora até janeiro: defesa no garrafão e criação secundária de jogadas. Na verdade, dá pra argumentar que o time pode ter piorado nesses aspectos. Randle, apesar das suas falhas, ainda é um pouco mais versátil em quem ele consegue defender.
Dito isso, a defesa pode ser mais fácil de consertar, assumindo que Robinson volte 100% saudável, o que nunca é garantido. O provável quinteto inicial do Knicks no começo da temporada, com Brunson, Josh Hart, Bridges, Anunoby e Towns, pode facilmente mudar para Brunson, Bridges, Anunoby, Towns e Robinson no meio da temporada. Isso pode, teoricamente, acalmar qualquer preocupação, se tudo der certo para o Knicks e Robinson se recuperar bem. Mas a criação de jogadas, que foi um dos motivos para a eliminação nos playoffs, ainda vai precisar melhorar internamente para que o time avance.
Randle teve momentos prolongados no Knicks em que foi um excelente criador de jogadas. Basta lembrar da última temporada, especialmente quando o time teve um desempenho de 12-2 nos jogos em que ele jogou em janeiro, antes de uma lesão no ombro encerrar sua temporada. Os números de Randle como criador de jogadas no pick-and-roll — não só em janeiro, mas também nos jogos antes da lesão — melhoraram, e o ataque funcionava bem nessas situações. Na temporada 2020-21, Randle teve o melhor ano da carreira — ficou entre os oito melhores na votação para MVP, venceu o prêmio de Jogador que Mais Evoluiu e foi escolhido para o All-Star e All-NBA. Sua evolução como passador foi uma grande razão para essas conquistas. Um Randle saudável poderia ter resolvido parte das preocupações com criação de jogadas secundárias que surgiram no final da temporada. E claro, o talento de DiVincenzo como um jogador ágil e decisivo também vai fazer falta.
Grande parte da responsabilidade para melhorar a criação de jogadas fora do Brunson agora recai em Bridges e Miles "Deuce" McBride. Bridges acabou de passar por uma experiência parecida no Brooklyn, mas ainda não esteve em uma situação onde precisasse assumir esse papel em um time com grandes ambições. E por mais intrigante que McBride seja, não dá pra simplesmente assumir que o armador de 24 anos vai preencher esse espaço com grande impacto. Com Randle, gostando dele ou não, era um pouco mais fácil visualizar como o Knicks poderia ser mais versátil ofensivamente nos minutos em que Brunson estivesse fora de quadra. Agora com Towns, é justo se perguntar se um time sem Brunson em quadra vai ser um pouco mais previsível, já que Towns não tem a mesma habilidade com a bola que Randle.
Randle estava na berlinda no Knicks?
Sempre pareceu provável que Randle, que tem uma opção de jogador após essa temporada, seria negociado em algum momento. A crença era de que o Knicks não estaria disposto a pagar o que ele queria, daí a troca. Assim, Nova York trocou um astro com falhas e contrato perto do fim por um astro com falhas, mas com contrato de longo prazo. Deixando o impacto em quadra de lado, esse é um bom negócio.
No entanto, o Knicks está à beira da sua temporada mais aguardada em mais de duas décadas. O impacto disso no basquete para esta temporada e para o futuro é tão importante quanto fazer um bom negócio. O título está ao alcance do time.
O Knicks conseguiu o melhor jogador em uma troca. O time de Nova York está mais talentoso do que estava na quinta-feira. Mas, com isso, é justo se perguntar se o Knicks realmente resolveu alguma das preocupações que tinha antes da negociação. Logo saberemos se Nova York fez a escolha certa.
Enquanto não temos uma resposta, é normal se perguntar.
Fique por dentro
NBA: Kyrie Irving revela e elogia uma das maiores armas do Boston Celtics
NBA: Anthony Davis desdenha de abordagem de JJ Redick no Lakers
Jogos da NBA ao vivo: Calendário de transmissões da temporada 2024-25 no Brasil